Lendas indígenas


Os índios são pessoas que viviam no território brasileiro quando chegaram aqui os conquistadores europeus. A palavra índio vem da tentativa de achar o caminho para as índias, então acreditando que tinham encontrado este caminho, os europeus chamaram os nossos nativos de índios.

As lendas são histórias contadas por gerações onde há uma mistura de realidade com fantasia, na tentativa de explicar os eventos da natureza desconhecidos pelos índios e, muitas vezes, considerados sobrenaturais.

Muitas das lendas do folclore brasileiro têm origem nos povos indígenas, tais como “Curupira”, “Vitória régia”, “Boitatá”, “Saci” e “João de Barro”. Muitas vezes, estas lendas e mitos eram usadas pelos sacerdotes e chefes de tribos para transmitir ensinamentos e valores que contribuíssem para o fortalecimento e harmonia do seu povo, assim como as histórias da Jângal, que usamos como pano de fundo para as atividades das nossas alcateias.

A lenda do Curupira trata de uma entidade humana que apresenta os pés virados para trás. O Curupira é o protetor das florestas e dos animais, vagando pelas florestas ele caça e mata aqueles que não respeitam a natureza. Os índios acreditam que o sumiço de alguém na floresta é obra do Curupira.


Outras lendas semelhantes são as do Caipora e do Anhangá. O caipora é um menino escuro que fuma cachimbo e que vaga pelas florestas sobre um porco selvagem com uma vara na mão, protegendo os animais. Ele espanta a caça dos caçadores. O Anhangá é um veado branco com olhos de fogo que também protege os animais da floresta. No caso de um caçador perseguir algum animal com cria, ele é atacado pelo Anhangá.

A lenda da vitória régia conta sobre uma linda índia que era apaixonada por Jaci (a lua para os índios), sempre sonhando em ser levada por Jaci para se tornar uma estrela no céu, a linda índia acabou caindo no rio sobre o reflexo da lua e se afogando. A lua, compadecendo-se com a índia, resolveu transformá-la em um planta chamada vitória régia (estrela das águas).

A lenda da Boitatá trata de um grande cobra que apresenta olhos de fogo e corpo transparente. Esta enorme cobra vaga pelas florestas e campos a noite, sempre protegendo a natureza. Acreditam os índios que aqueles que olharem para a cobra ficam cegos ou são mortos. Aqueles que colocam fogo na mata ou no campo são perseguidos e capturados pela Boitatá.



A lenda do Saci é uma história de um negrinho perneta que vive pulando numa perna só, com capuz vermelho e sem camisa ele vive vagando pelos campos, florestas e quintais, sempre fazendo maldades e bagunças. Esconder as coisas é sua especialidade, mas também gosta de bater portas, apagar fogos, queimar comidas, espantar os animais e outros.


A lenda do João de Barro conta sobre o amor entre dois índios no sul do Brasil. Jaebé se apaixona por uma índia muito formosa e pede sua mão ao pai. Para casar com a índia, Jaebé tem que ficar em jejum por 9 dias, sendo que o último pretendente acabou morrendo no quinto dia. Após o jejum, Jaebé sobrevive e canta para sua amada como um pássaro, sendo transformado no primeiro João de Barro. Ao ser tocada pelos raios da lua a índia também é transformada em um João de Barro. Os dois voam para a floresta para viverem juntos.